sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Mjiba Semeando a Literatura Negra Feminina, com Carmen Faustino e Elizandra Souza

Em novembro o Mjiba - Semeando a Literatura Negra Feminina estará fertilizando no Sesc Santo Amaro, nos dias 16, 23 e 30, das 19:30 às 21:30

"A partir das escritas literárias de mulheres negras os participantes terão a oportunidade de vivenciar momentos de reflexão e ludicidade, envolvendo leitura, reflexões e bate-papos sobre o universo da Literatura Negra Feminina e convidados também a produzir e apresentar as próprias criações literárias.
A literatura negra feminina será apresentada e fomentada em diálogo com elementos do audiovisual, texturas, cores e aromas, no intuito de oferecer um ambiente agradável e propicio para ativar a sensibilidade criativa dos participantes."

Gratuito, é só chegar!
Venhas todxs! 



http://www.sescsp.org.br/aulas/106926_MJIBA+SEMEANDO+A+LITERATURA+NEGRA+FEMININA

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Mulheres de Pedra e Núcleo Mulheres Negras: Intercâmbio de amor, amizade, vivência e fé-menina...

Há um ano, o Núcleo Mulheres Negras fez um intercâmbio inesperado e partiu para um encontro com as parceiras Mulheres de Pedra, em Pedra de Guaratiba - RJ.
Incrível, inesquecível e cheio de Fé...Menina!
Algumas fotos e um poema sobre esse lindo encontro!  





























Núcleo de Pedra, Mulher Negra de Fé

A lua mandou seu chamado
E conspirou, encontro marcado
Intuição quase certeza, mar infinito para sentir
Joguei para o universo
E mergulhei nos mistérios desse território fértil
Descobri aromas além do meu horizonte periférico

Flores-fortaleza, potência de mulher preta
A periferia que sangra
Pariu o Núcleo Mulheres Negras
No ventre, desejo de cura e partilha
Do sol, da lua, dos líquidos sagrados.
Portas e corações abertos

Com uma divina acolhida das Deusas
Em seu útero-quintal, igual casa de vó
A mangueira centenária, o muro baixo
As folhas de boldo a janela grande
Espaço de potência vital

Intensidade nas vivências, realeza na arte
Magia e ancestralidade que transbordou
Da lama, da luz, da tinta, da água
Com gosto de batata doce e café
Sambei e jonguei na roda
Sorri e chorei no círculo de paz

Os corpos flutuaram na pedra
O por sol batizou nossa dança
Os crespos enalteceram
E em transe, me tornei Deusa

Mulheres de Pedra...Se tanto bate até que fura 
O que transborda é amor
Respeito e admiração à lua, ao tambor

As emoções foram germinadas
E a conexão foi estabelecida
Volto fertilizada, molhada de água salgada
Dos olhos, do mar, do suor
A caminhada aqui segue, é longa
Flores e riso, choro e espinhos

E agora banhada de mais Fé...menina!


Carmen Faustino. Out/2015