sábado, 11 de novembro de 2017

III CONGRESSO - ESCRITORES DA PERIFERIA DE SÃO PAULO

Como nasce uma autora negra na periferia? Quais as suas motivações, inquietações e referências literárias? Quais os desafios que o mercado editorial impõe para as autoras negras? Como está o cenário das mulheres negras no processo de edição, diagramação, publicação e distribuição? No contexto político atual, quais temas são disparadores para o processo de criação de novas obras? 

Na terceira mesa do III Congresso Escritores da Periferia de São Paulo, vamos trocar uma ideia com a autora Miriam Alves e a poeta, escritora e editora Carmen Faustino sobre a cena literária protagonizada por mulheres negras nas periferias. A medição desse importante bate papo será realizada pela escritora Lids Sikeleli .

‎III CONGRESSO - ESCRITORES DE PERIFERIA DE SÃO PAULO

Compartilhando suas experiências na literatura e em coletivos culturais que fomentam o protagonismo da mulher negra, Carmen Faustino participa da mesa sobre autoras contemporâneas no III Congresso Escritores da Periferia de São Paulo. 

Além de poeta e escritora, Carmen também é arte-educadora, articuladora cultural, pesquisadora e ativista em São Paulo. Possui formação em Letras, especialização em História da África e cultura Afro Brasileira e atua há 10 anos nas áreas da educação, social e cultural. É uma das idealizadoras e articuladora do Núcleo Mulheres Negras - O amor cura, de vivências coletiva e discussões sobre raça e gênero, coordena o projeto Baobá – 
Fortificando as raízes, de formações sobre África e Africanidades e desenvolve oficinas de Literárias com foco na escrita negra e feminina.

A mesa de debate "A contribuição de autoras contemporâneas para a difusão da literatura negra do Brasil" acontece às 17h15, no dia 18/11.





segunda-feira, 21 de agosto de 2017

POESIA - SANKOFA


Veja bem senhor
É preciso respeito
Valorizar o que veio 
Antes de você
Aceite
Eu vim antes de você
Não é idade
Nem data no papel
Minha voz
Ecoa séculos ancestrais
O despertar de um mundo
Profundo e complexo
História de aprender
Ensinando
É legado de fé
Imensidão de luz
Que não cabe
Na palidez
Do seu caderno
Entenda
Sankofa
Não é enfeite
Respeite!
CARMEN FAUSTINO

sexta-feira, 28 de julho de 2017

VÍDEO CLIP: VOZ NEGRA - LUANA BAYÔ

No dia 23 de julho, mês da Mulher Negra Latino Americana, ganhamos esse presente!

Muito orgulho e amor em participar desse lindo trabalho!!

Assistam e divulguem: Voz Negra - Luana Bayô




terça-feira, 13 de junho de 2017

POESIA CADÊNCIA

No dia do Santo casamenteiro, pós dia dos namorados...poesia erótica pode né?! 😎



CADÊNCIA

Como quem faz samba
No prato e na ponta do garfo
Você segura firme
A sensível porcelana
Molhada e brilhante
Cor vibrante

Com trato
Acaricia a peça preciosa
E encosta levemente o ouvido
Quer sentir conforto
Ao ouvir a batucada
E o agudo do meu gemido
Aflito para chegar ao fim desse ritmo

Energia que acolhe todo o corpo
Para que nele só vibre tesão
No mesmo ritmo
Do seu surdo coração...

Carmen Faustino

#literaturanegrafeminina
#mulheresnegrasescrevem
#poesiaerotica
#amorpreto

terça-feira, 30 de maio de 2017

POESIA - ROTINA

imagem da internet
Depois do amor gostoso
O desejo é deitar em seu peito
E adormecer lentamente
Sentindo
O cheirinho tesão da vitória

Parar no tempo
E esquecer
O horário apertado
O trabalho para fazer
A conta para pagar
A louça para lavar...

Satisfação de quem venceu
A tensão, o conflito
E suou
Para chegar ao fim da corrida

Mas,
Para não perder a medalha
E o gostinho sacana da sua largada
Desperto satisfeita e preguiçosa
Deixo a água escorrer o prazer
Pelo ralo do banheiro

Sem dizer adeus ou até logo
Sincera
Retorno feliz 
Meu porto seguro espera 
Firme e intenso
E com ele
A rotina
Da afetividade construída
Das crises consentidas 
O trabalho para fazer
A louça para lavar
A conta para pagar...

CARMEN FAUSTINO

terça-feira, 2 de maio de 2017

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O III BAOBÁ - FORTIFICANDO AS RAÍZES



O Projeto Baobá - Fortificando as raízes busca promover junto a educadores, pesquisadores e interessados, a discussão sobre África e Africanidades, em seus contextos históricos e sociais e a necessidade de debates em torno da Lei 10.639/2003, que estabelece o ensino da cultura dos povos Africanos e Afrobrasileiro nas escolas, no intuito de promover o conhecimento e a sensibilização sobre as questões que envolvem os povos africanos e seus descendentes em diáspora.
Serão 7 encontros, aos sábados das 08:30 às 12:30 com a facilitação e orientação de especialistas Doutores, pesquisadores, educadores e ativistas das questões raciais e sociais.
Inscrições abertas pelo pelo link:
De 20 de maio à 01/07. Sábado das 08:30 às 12:30h
Gratuito - 40 vagas
Contato: baobafortificandoasraizes@gmail.com
Local: CDHEP - Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo.
Rua Doutor Luis da Fonseca Galvão, 180. Em frente ao metrô Capçao Redondo.
Realização:
Baobá Fortificando as raizes
Núcleo de Hip Hop Zumaluma
Parceiros:
Profª Cristiane Lacerda
CDHEP

segunda-feira, 10 de abril de 2017

POESIA DE UMA TARDE DE DOMINGO...



Domingo à tarde
Homens esparramados no sofá
Lambem os beiços de azeitonas e futebol
Gozando seu merecido dia de folga
Jogada com hora certa para acabar

Crianças lambuzadas de doce
Cadenciam a bola
No gramado de asfalto
E disputam o céu com cerol
Aparando sonhos e poucas nuvens

E as mulheres?
As mulheres suadas cheiram café
E estendem roupas no varal
Com desejo de beijos quentes
Línguas úmidas que toquem o céu
E mãos que invadam seu quintal

Provocando intenso orgasmo
De fazer esquecer
O cheiro de gordura e sabão
O pouco afeto
E a rotina solidão...

Delírios de queimar o cotidiano
Lavar a alma
E entardecer
Junto aos raios do sol...


CARMEN FAUSTINO

domingo, 9 de abril de 2017

terça-feira, 4 de abril de 2017

MULHERES NEGRAS INDICAM LIVROS PARA SE EMPODERAR - NA OLGA

Mulheres negras indicam livros para se empoderar - Na Olga
Mel Duarte – poeta, slammer e produtora cultural
Livro: Pretextos de mulheres negra
Organização: Carmen Faustino e Elizandra Souza

“Esse livro é uma coletânea de literatura marginal negra feminina com 22 autoras. Fazer parte desse processo, pra mim, foi muito enriquecedor. As meninas fizeram tudo com muito capricho e zelo, o que normalmente não acontece em coletâneas. As fotos das autoras foram tiradas durante um encontro em um parque, onde tivemos chance de conversar, falar um pouco de nós e vivenciar um dia diferente. Antes de fazer parte da publicação, não tinha poemas voltados apenas para a mulher negra, ainda estava num processo de entender o quê e como gostaria de falar sobre mim, sobre nós. Depois de lê-lo e ver tantas biografias incríveis assim como os poemas dessas mulheres, entendi o meu tom e compreendi a necessidade de ter poemas com esse recorte. Esse é daqueles livros que vale a pena presentear meninas que ainda estão passando por esse processo de entendimento da sua ancestralidade, aceitando o próprio corpo e cabelo. Perdi a conta de quantos dei de presente para amigas e familiares e de quantos retornos positivos tive a respeito do mesmo, por mulheres de diferentes idades e realidades. Pra mim, é um título importante porque é um marco da nossa geração e pela beleza que tem. A parte visual – linda – é feita pela artista Renata Felinto.”



sexta-feira, 24 de março de 2017

31/03/17 SEMINÁRIO: NEGÓCIOS DE IMPACTO PERIFÉRICO

Dia 31/03, a convite da mana Fabiana Ivo e seus parceiros da A Banca, estarei mediando essa mesa sobre iniciativas empreendedora nas periferias e seus impactos sociais. 
Ás 16 hs, na Sociedade Santos Mártires
Rua Luis Baldinato. s/n
Jardim Ângela

Segue divulgação:
"Venham entender, discutir, analisar as ferramentas do empreendedorismo a partir de experiências concretas, de construção de rede, vínculos, incubação e aceleramento."
Com Alânia Cerqueira e Giba
Mediação: Carmen Faustino.

Venham!


quinta-feira, 23 de março de 2017

DIA 25/03 TEM PERIFERIA SEGUE SANGRANDO!

Dia lindo promovido pelas manas da sul!
Nos vemos lá!!

PERIFERIA SEGUE SANGRANDO
Parte da vontade de nos encontrar para falar de nós e da necessidade de nos cuidar, nos olhar e nos amar.  É para bradar porque o sangue que escorre também é o nosso e não vamos nos calar! Vamos gritar alto e forte porque um coro de mulheres pobres, pretas, faveladas é potente, é vida, é a nossa resposta ao silêncio imposto a nós! 

E para celebrar as alegrias de percorrer outros territórios teremos também o LANÇAMENTO DA REVISTA FALA GUERREIRA #4, memória, lutas e resistência em Abya Ayla.

Vem e traga seu amor, sua beleza e sua inteireza de ser!

NOSSA PROGRAMAÇÃO: 

- 15h às 18h - Círculo de mulheres (EXCLUSIVO PARA MULHERES Cis, Trans e Viadas)
- 18h às 19h - Lançamento da FALA GUERREIRA 4 - Especial LatinoAmerica
- 19h às 20h - Sarau Mulheres Latinas
- 20h - Cortejo pelas ruas do Jd. Ibirapuera
- 22h - Festejo de encerramento: Alegria Y rebeldia

BARRACA DAS VENDAS:
Teremos nossas produções para vender!
- Oléos da Alê
- Desenhos da Carolzinha
- Livros da Jeny Nascimento
(quem tiver coisinhas pra vender pode trazer também!)

COMO CHEGAR:

No Terminal João Dias pegar 6801/10 _ Jd Ibirapuera e pedir pra descer no ponto final do Jd. Ibirapuera
No Terminal Santo Amaro pegar 6007 _Pq. Santo Antonio e pedir para descer no ponto final do Jd. Ibirapuera
VENDEREMOS CERVEJA NA HORA DA FESTA - la plata preferencialmente em dinheiro, mas vamos tentar descolar uma maquininha de cartão também.
Mais informações no evento: https://www.facebook.com/events/1582204491794604/"

Dia 25/03/2017
Endereço: Rua: Bento Barroso Pereira, 02 _ Jd. ibirapuera

quinta-feira, 9 de março de 2017

8 DE MARÇO - SAIA

Ontem foi 8 de março.
Para mim, para as manas...
SAIA
Se para você
Minha saia 
Está sempre curta
Vulgar ou justa
Não se preocupe com isso
Saia de perto de mim
E tenha a certeza
Não será contigo
Que andarei na rua...

Meu decote
Não é medida
Para justificar o horror 
Que assombra os corpos
E mata os sonhos
Daquelas que nunca dormem 
Não tem água salgada
Que cure essa ferida aberta

Sempre em alerta
Posso ser a próxima
Vítima dessa cegueira
Rotina de mulheres mortas

Me deixe em paz
Não se aproxime
Minha pouca saia
É medida de luta
Movimenta afeto
E não roda sozinha

Se ameaçada
Saia curta e fina
Vira navalha
Corta na carne
E vê sangrar
Até esvair a dor
Silêncio ensurdecedor

A fenda do peito
Que alimenta 
Fome e orgasmo
Vira buraco sem fundo
Sufoca sua opressão
E esse ódio 
Das mulheres no mundo

E não venha
Me julgar louca
Dizer que minha dor
É coisa pouca
Minha saia é o limite
Para pernas livres
E a blusa colada
Não cabe mais 
Em um corpo calado

É imensidão
Eu a transbordar...

Meu caminhar
Tem passos largos
Não mede esforços
Para o tamanho 
Do meu desejo de mulher sã...

E outra certeza
Não sou a única
Somos muitas!
E isso não é uma ameaça
Já é uma ação!

CARMEN FAUSTINO

ENTREVISTA: CARMEN FAUSTINO - PERSONAGEM RESTAURATIVO

Ontem foi 8 de março.
Para mim, para as manas...
Eu, em uma entrevista para o CDHEP - Centro de Direitos Humanos e Educação Popular, falando um pouco sobre o Núcleo Mulheres Negras e toda sua potência em transformar angústias em amor, auto cuidado e cura.
Pois luta também é afeto e cuidado...
Segue o link para leitura!









quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

VIDA DOMÉSTICA

Viola Davis em Histórias Cruzadas (2011)


Ela tem sua vida
Sufocada dentro de um quartinho
Que de tão pequeno
Acomoda perfeitamente
Seus poucos sonhos

Um ventilador ruído
De arejar o calor da labuta
Um perfume importado
De cheirar uma vez no ano
Uma carência pouca
Para que passe menos fome
Um quadro na parede
Dos filhos
Das irmãs
De uma mulher
De um homem...

Sua rotina 
Cabe em estreitos metrôs quadrados
No pouco espaço
Um vaso de pimenta
Outro sanitário
Água de privada 
E de manjericão
Ardor de naftalina
odor do suor...

E entre o cheiro do serviço
E a presença da sua raiz
A força do seu sorriso 
Traz acalanto
Mas não cura as dores 
De uma história roubada...

CARMEN FAUSTINO







segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

POEMA - CONTRATEMPO

No meu relógio
O atraso não é
Sério problema 
Ruim é quando nunca chega
Ou nem desperta 
Pois a vida não espera
Adianta à demanda
E joga a missão

Ser mulher negra
Pesa as costas
Dói no corpo
E sem o devido cuidado
Faz dureza na alma
E esvazia o coração
Solidão...

Na contramão
Despertar o conhecimento
É direito e reparação
Viver o afeto de olhos abertos
Fertiliza a terra seca
E o caminhar das pretas
É força ancestral que cura

Não quero mais salgar na dor
Quero escorrer livre para terra
E fertilizar esse chão
Abençoado por deusas
Pisado com força
Resistência
Para que hoje
Eu pudesse estar aqui

Pergunte ao tempo
E a verdadeira história 
O que aconteceu comigo
Conte os dias
Mas não aguarde sentado
Será como nunca visto antes...

Eu terei fim
A luta não! 

CARMEN FAUSTINO