quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Consciência amor-política





Reivindiquei amor na base 
E urgência na emenda 
Botei fé no partido
E votei consciente!
Em campanha relâmpago
Ao pé do ouvido
Afinou o discurso de bem querer
E no corpo a corpo
Flertou e despertou desejo...
Eu,
Cidadã do mundo
Descrente das propostas vazias
Ocultada de imparcialidade
De muito projeto, mas pouca coragem
Onde a sentença é solidão
Mirei paixão sem culpa
Burlei a melancolia do desamor
E apostei na política do afeto
Abri as alvoradas do coração
Desejo de amor para os próximos anos
Diante o cenário de crise
Greve de cuidados
E recessão de apego
Altivez e direção crespa
É estratégia de luta
Disposto ao trabalho
Iniciou plano de gestão olho a olho
Debatemos parceria
E administração do corpo e alma
Integração dos ministérios
E distribuição de ternura e prazer
Principalmente nas regiões secas
E carentes de calor
Sem burocracia
Matar a sede
Alimentar o desejo
Morada no peito
E cura da solidão
Água, alimento, moradia
Saúde e educação...
Se gerenciar o afeto
O governo se completa
Em outras eleições,
Depositei voto e adesão
Em falsas promessas
Silenciei o golpe do abandono
E da corrupção do meu ser mulher negra
Sem compromisso preto-político.
Na atual conjuntura
Enquanto os corpos se manifestarem
Em favor de uma real democracia
O contrato é vitalício
Aliança que dá certo
Gestão participativa
Sou primeira dama do seu querer
És presidente do meu coração
É formação básica necessária
Política pública essencial
Garantia da nossa existência
E de viver os desafios do amor
Eu não renuncio!
Carmen Faustino

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Curso sobre a Literatura Negra e Feminina das Periferias de São Paulo.

Nos dias 06 e 07 de agosto, o Mjiba realizou o Curso Literatura Negra e Feminina no SESC Ribeirão Preto, foram dois dias de reflexões e fazer literário, mediado por mim e Elizandra Souza, e de quebra ainda chegamos junto no Sarau Preto, atividade linda realizada por Anna Silva e Daniel Ramos.
Segue algumas fotos desse encontro!























terça-feira, 9 de agosto de 2016

Sobre corpos, estéticas e roupagens, arrumação por dentro e por fora...




Hoje foi dia de arrumar o guarda-roupa
Abrir as portas
Deixar arejar
Tirar tudo para fora
Mexer lá no fundo
Dos sentimentos engavetados
Olhar peça por peça
E tentar entender
Por que a emoção guarda pano velho
Que não serve, não alegra
Mas fica lá dobrado e empoeirado.

Encontrei um guarda-roupa saturado
Dos modelos que nunca conseguiu seguir
Vestimenta alinhada
Na medida das imposições
Que a vida empurrou para dentro da gaveta
Sufocado e cheirando a mofo
Resquícios das tentativas
De padronização do meu ser.

Gavetas de laços e cetins
Sensualidade de revista
Que agrada os olhos de quem vê
Mas incomoda o meu prazer
Aquela blusa de decote ousado
Esconde o seio oprimido
Não deixa livre
Busto abafado de armação e renda
O vento não arrepia o bico
Nem faz roçar no tecido fino e colorido
Marca o ombro
Aperta as costas
E trava o movimento
Não conforta a dignidade
Que carrego no peito
Nem faz contorno 

Na anatomia do corpo negro.

Aquela calça branca eu pouco usei
Para não marcar as coxas grossas
Nem destacar a grandeza do meu sexo
As pernas torneadas pela caminhada
A fartura de lábios, pêlos
E de prazer que tenho em mim
Se escondem na trama arrumada
De textura áspera e fenda rasa.

A calcinha que não marca o quadril
O vestido que não engorda na cintura
O sutiã que levanta os seios
O corpete que modela curvas...
Tudo jogado em cima da cama.

Percebo que há tempos
Essa guarda-roupa não cabe mais
Não acomoda os moldes do meu desejo
Meu corpo, mapa de tesouro
Quer somente o que precisa para ser feliz
Não aceita mais ataques
De modelos que não confortam, nem libertam
Só deformam
A forma daquilo que sou.

Limpei o guarda-roupa
Ventilei a poeira do medo
E o alivio salgou a velha roupagem
Troquei o manequim do pudor
Por um cabide leve e sem peso
Renovada a autoestima
Saí do armário
E olhando para o espelho
Prometi ao reflexo da mulher que vejo
Dizer não!
Às ditadura das normas!


Carmen Faustino

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Mulher negra é ouro, sempre foi!



Segunda-feira boa para constatar que, nas Olimpíadas para poucos brasileiros, ela é ouro...ela sempre foi!
E aos racistas de plantão, principalmente os que destruíram seu emocional em 2012, nem venham dizer agora que o "ouro é nosso"...o ouro é dela, é das mulheres, das mulheres negras!!
Laroyê!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mjiba- Semeando a Literatura Negra Feminina

Nos dias 06 e 07/08, o Mjiba estará espalhando suas sementes no Sesc Ribeirão Preto, com o Curso sobre a Literatura Negra e Feminina das Periferias de São Paulo. 
Será ministrado por mim, Carmen Faustino e pela parceira Elizandra Souza.
Apareçam! 
Segue a programação:




http://www.sescsp.org.br/aulas/101405_MJIBA+SEMEANDO+A+LITERATURA+NEGRA+FEMININA

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Ensaio fotográfico Ubuntu - Somos um só, somos todos negros em foco!

No começo de julho, me juntei com a mulherada do Núcleo Mulheres Negras e famílias, e participamos de um ensaio de fotos para o projeto Ubuntu - Somos um só, somos todos negros em foco, da maravilhosa Lena Silva e as Herdeiras de Aqualtune. 
Foi uma linda tarde de trocas e ensinamentos.
Segue uma prévia do que virá por ai...
Só agradeço!