Dia 02/12 estarei na E.M.E.F. Clemente Pastore para uma troca de ideias e na sequência um Sarau com os alunos!!
Das 09:00 às 12:00, vem!!
Poeta, escritora, revisora de textos, educadora e articuladora cultural. Um espaço para partilhar meus escritos, poemas, redemoinhos e movimentações de fora e de dentro...
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
1 ano da Marcha das Mulheres Negras!
Há um ano fomos para Brasília, marchar contra o racismo, a violência e pelo bem viver!
Produzi esse texto dias depois, para a Revista Fala Guerreira!! Dia potente e inesquecível!
Maré
Negra, de Mulher!*
"Durante esse ano, mais uma vez presenciamos uma
tempestade de violências contra o povo negro, algumas ecoaram sem muita força nas
mídias, a grande maioria, o estrondo estremeceu apenas pelos becos periféricos.
Há décadas vivemos o silenciamento das nossas tormentas e
esse foi um ano de muito sal. Milhares de Mulheres Negras se banharam em lágrimas pelo extermínio covarde dos jovens negros; pelas cinzas do fogo racista no chão
das Yabás, atacadas na sua dignidade espiritual; pelas armadilhas do machismo
desmascarado nas redes sociais e hostilizados pelos que negam sua problemática
nos espaços de convivência; pela lama que afogou a existência de um chão
ancestral, riqueza maior que qualquer ouro e prata; pelas muitas mulheres
violadas no seu direito de vivenciar suas escolhas, em seus corpos, seus
cabelos, seus discursos e sua sexualidade; pelo racismo xingado publicamente,
sem nenhum receio ou vergonha de ser racista...
Tristeza à deriva, solidão
nebulosa.
Seria apenas mais um período de dor e luta como os muitos
que já se passaram e que ainda estão por vir, mas um valoroso vento movimentou
o olhar para os nossos espelhos, reluzindo um horizonte de possibilidades mais
serenas na trajetória de resistência das Mulheres Negras. O ano de 2015 foi também
de muita lucidez e compreensão plena, sobre a necessidade de romper com o silenciamento
imposto as nossas especificidades e mergulhar profundamente em nosso próprio
mar de feridas abertas. Um passo fundamental para o exercício da fala e a busca
por espaços de fortalecimento e cura coletiva, percurso muitas vezes doloroso e
exaustivo, mas essencial para a quebra dos ciclos de violências e a potencialização
da nossa percepção humana e apropriação da voz.
As histórias mal contadas, dos livros escolares aos
roteiros novelescos, do senso comum construído, aos discursos acadêmicos fundamentalistas,
negam todo o legado e a realeza que as herdeiras do mundo trazem consigo. Não daremos
mais espaços nem voz, para aqueles que não sabem das nossas verdades e não querem
enxergar os reais valores das Mulheres Negras.
O ano de maré revolta transcorreu em afogamentos, muitas
lágrimas e em 18 de novembro, desaguou na primeira Marcha das Mulheres Negras,
em Brasilia – DF. Marcha essa, que passou feito um furacão e trouxe na hora
certa, boa dose de bonança e brisa leve para o corpo, alma e coração das Mulheres
Negras, já salgados de tanto pranto. Nossos passos vêm de longe, nossa força e
capacidade resiliente também. O que para muitos parecia miragem ou delírio
navegante, se tornou gigante maremoto e 50 mil mulheres viajaram pelo país, desembarcaram
na capital federal e se reuniram em uma quarta-feira de sol e chuva, para
gritar alto, contra o racismo, a violência e pelo bem viver. Ansiosamente
esperamos por esse dia e junto às parceiras do Núcleo Mulheres Negras, nos
unimos ao cortejo e seguimos em coro, aguando e fertilizamos nossas raízes,
cada vez mais vivas e entrelaçadas.
Um encontro de Mulher Negra, com dia e hora marcados, na capital que pensa política para poucos, e em 2015 fechou pastas importantes
para as políticas públicas da nossa população. Mulheres Negras que olharam para
si e suas iguais acreditando na força extraordinária que temos quando estamos
juntas. Os abraços, sorrisos e o respeito trocados, foi o oxigênio que precisávamos
para permanecer nesse mar e dimensionar que não estamos sós e não há horizonte
para nossas vontades.
Em meio às transformações individuais e coletivas, as gerações
se encontraram, as crianças se acomodaram em seus colos e as Yabás, abriram o
mar de Mulher Negra, uma energia ancestral conduziu nossa caminhada e marchamos
emocionadas, contemplando a paisagem do pertencimento e nos banhando de
renovação. O grito de Mulher Negra ecoou longe e com ginga, beleza e sorriso no
rosto, ocupamos as ruas da elite política brasileira.
Alinhamos nossas bússolas, analisamos nossos mapas e estamos
preparadas para traçar as novas rotas de navegação para os próximos anos.
Trazemos na bagagem, o enfrentamento e a força necessária para os dias de
aguaceiro e vendaval, mas também o acolhimento e a escuta necessária para
novos e frescos tempos de remanso. A fala e o afeto também nos pertence e
projetamos navegar rumo a um horizonte de protagonismo das nossas histórias de
amor e dor, à nossa maneira.
Nesse mar quem navega agora somos nós! "
Carmen Faustino - Poeta, escritora, educadora e articuladora cultural.
Periférica da zona sul e parceira feliz das publicações negra feminina.
#MarchadasMulheresNegras1Ano
#EuMulherNegra
#Rumoao20deNovembro
*Publicado na revista Fala Guerreira em novembro de 2015
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
EVENTO: I SIMPÓSIO SOBRE CULTURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS - OLHARES E PRÁTICAS
Divulgando esse evento de extrema urgência e importância, para uma reflexão e discussão aprofundada das consequência do racismo no espaço escolar e a aplicação da Lei 10.639/2003
A Escola Estadual Professor José Geraldo de Lima, em parceria com o Baobá - Fortificando as raízes e a Diretoria de Ensino Sul 3 de São Paulo promovem o I Simpósio sobre Culturas Africanas e Afro-brasileiras - Olhares e Práticas: O Currículo de Ciências Humanas à partir da Lei 10.639/2003.
PROGRAMAÇÃO
CREDENCIAMENTO: DAS 08:30H ÀS 9H
MANHÃ: DAS 9H ÁS 12:30
Mesa 1
Salloma Jovino Salomão - Histórico de lutas dos Movimentos Negros Brasileiros para a inserção da história Africana e Afro-Brasileira no currículo Nacional.
Douglas Araújo - Perspectivas de ensino após a implementação da Lei 10.639/2003 - do multiculturalismo ao etnocentrismo : uma linha ténue.
Andrea Arruda - O reconhecimento do racismo institucional: nomeando conflitos escolares.
TARDE: DAS 13:30H ÀS 17H
Mesa 2
Patricio Araujo - Cultura Tradicional Africana: Mitologia e religiosidade.
Fabiana Ivo - Educação Popular: O RAP como instrumento de educação.
Cláudio Pimentel - Desafios do Ennsino sobre Cultura e Religiões Afro-Brasileiras e a Lei 10.639/2003.
Informações e inscrições para mostra de banners e pesquisas acadêmicas na temática: até 27/10 através do e-mail desu3npe@educacao.sp.gov.br com EDUARDO
OBS: Haverá emissão de certificado para quem levar trabalhos para apresentação e para os Professores de História, Sociologia e Filosofia de D.E Sul 3
Rua Antônio Mariano, 254. Jd Ipanema - Próximo ao Socorro. Zona Sul - SP
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